O franchising brasileiro deve atingir uma alta de 9% no faturamento e movimentar mais de R$ 201,7 bilhões em 2022. A expectativa é da ABF (Associação Brasileira de Franchising) e leva em conta fatores como a recuperação do setor em 2020, seu restabelecimento em 2021 e o fato de que sua receita se aproxima do patamar pré-pandemia. O setor faturou R$ 185 bilhões no ano passado, menos de 1% abaixo do resultado de 2019 (R$ 186,7 bilhões) e 10,7% acima de 2020, quando a receita foi de R$ 167,1 bilhões.
Para Francisleidi Nigra, especialista em Franquias e responsável pela Nigra Consultoria Empresarial – consultoria especializada em formatação de franquias -, a alta recuperação do franchising pode ser explicada. “A pandemia de Covid-19 abalou o mercado de trabalho e despertou a iniciativa de empreender em um dos setores mais seguros, o de franquias”.
Dados do relatório da GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 2020, realizado no país em colaboração com o Sebrae e o IBPQ (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade), apontam que, com o desemprego formal em alta, a taxa de empreendedorismo potencial – formada por pessoas que não têm uma empresa, mas pretendem abrir um negócio em até três anos – cresceu 75%, passando de 30%, em 2019, para 53%, em 2020.
“O investimento no setor de franquias se mostra uma opção de baixo risco. Afinal, apenas 5% das unidades franqueadas encerram as atividades antes de completar dois anos de operação”, afirma, citando indicativos do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). “Paralelamente, dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que 30% das empresas não chegam ao 3º ano de existência”, compara.
A especialista acrescenta que, para além dos novos empreendedores, o franchising tem sido explorado tanto por empresários que desejam reformatar os seus negócios, como por aqueles que buscam novas oportunidades por conta dos desafios impostos pela pandemia de Covid-19. “Para ambos os casos, um elemento se torna importante: a aposta na chamada ‘formatação de franquias’”.
Investimento em franchising exige cuidados
Nigra explica que há perguntas pertinentes que o empreendedor deve fazer antes de franquear: “‘Quem e quais são seus concorrentes’, ‘Qual o seu diferencial?’, ‘Como atuam no mercado?’, ‘Com que resultados atuam’ e ‘Qual seu poder de fogo’ são algumas das questões que devem ser analisadas”.
Além disso, continua, é necessário examinar a viabilidade financeira da empresa e sua franqueabilidade, ou seja, a replicação por meio de um modelo de negócio. “É preciso organizar os processos em manuais, elaborar documentos jurídicos, executar os procedimentos e iniciar a expansão da rede”.
Ela acrescenta que é preciso analisar a viabilidade da empresa, examinando elementos como experiência no ramo, posicionamento da marca no mercado, POP (Procedimento Operacional Padrão), Know-How, potencial de crescimento e risco do negócio. “A motivação principal para a análise da franqueabilidade é a necessidade do consumidor final, já que este será o cliente em suas unidades franqueadas, o que irá gerar receita para empresa e, consequentemente, lucro para ambas”.
Formatação de franquias
Nigra explica que o processo de formatação de franquias consiste na adequação de um modelo de negócio para que se expanda por meio de unidades franqueadas. “O serviço é destinado a franqueadores que desejam expandir seu negócio e para aqueles que desejam ampliar e adequar sua empresa para o mercado de franquias”.
Ao franquear sua empresa, explica, um empresário consegue ocupar mercado de forma organizada com baixo investimento, fortalecer sua marca junto ao cliente final, evitar uso de capital próprio e manter um dono próximo ao negócio e fortalecer a marca. “Além do mais, por meio de franquias é possível criar barreiras para a concorrência, eliminar riscos e problemas de gestão à distância, ganhar escala junto a fornecedores e desenvolver um canal que permite elevado controle”.
A especialista em franquias e responsável pela Nigra Consultoria Empresarial afirma que, entre as principais etapas do processo de formatação de franquias, está a análise de viabilidade e franqueabilidade, o mapeamento dos processos e o desenvolvimento do plano de negócios. “Depois, é realizado o desenvolvimento de contrato de franquias, a produção do manual de franquias e elaboração de COF (Circular de Oferta da Franquia)”.
Nigra explica que o COF é um documento que deve ser desenvolvido pelo franqueador, com a apresentação das condições gerais do negócio, sobretudo em relação aos aspectos legais, obrigações, deveres e responsabilidades das partes – algo que deve deve ser feito de forma criteriosa, descomplicada, sucinta e completa.
Olhar para o futuro
“É necessário pensar de três a cinco anos à frente, considerando que 80% das profissões do futuro ainda não existem. Há poucos anos, quem diria que hoje teríamos o fenômeno da ‘uberização’? Por isso, é preciso não apenas pensar nas novas tecnologias, mas como essas tecnologias afetam o seu segmento”, afirma Nigra.
Neste sentido, os empreendedores devem ficar atentos às transformações que impactam o seu negócio. “Além disso, vale prestar atenção no franqueado, pois ele é quem colhe as informações do consumidor final”, conclui.
Para mais informações, por favor acessar: https://www.instagram.com/francisnigra.adv/