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Colocar as contas em dia é o primeiro passo para superar a crise

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No ano passado, 2021, foram fechadas 1.410 milhão de empresas, de acordo com a plataforma Mapa de Empresas do Ministério da Economia. O encerramento das atividades dessas organizações poderia ter sido evitado a partir de uma gestão financeira adequada e da capacidade de negociação por parte de suas diretorias. Afinal, as motivações monetárias estão entre as principais causas do fechamento de negócios no Brasil, já nos primeiros anos, conforme aponta estudo do Sebrae – SP “CAUSA MORTIS: o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros 5 anos de vida. A falta de planejamento e práticas inadequadas de gestão também aparecem como agravantes do fracasso de organizações.

A gestão financeira bem-sucedida passa pela observância da necessidade de capital de giro, resultado operacional, margem de contribuição, ponto de equilíbrio, dentre outros indicadores, cujos conceitos nem sempre são tão claros ou, até mesmo, conhecidos pelos empreendedores. Por essas razões, consultorias empresariais têm se especializado em auxiliar clientes a solucionar seus problemas mais complexos, de forma personalizada. O que, na visão de especialistas, tem sido um caminho promissor para alcançar a recuperação de empresas a curto prazo.

Para o consultor da Goose Consultoria & Treinamento e professor especialista da Fundação Dom Cabral, Haroldo Márcio, alguns indicadores mais relevantes devem ser considerados para o sucesso de uma empresa. Os primeiros são a necessidade de capital de giro, que é quantidade de recursos necessária para sustentar a operação e eventuais descasamentos de fluxo de caixa, e o seu resultado operacional. “Uma empresa só prospera e se mantém de pé, se o seu resultado operacional for bom. Ela pode ou não dar lucro, mas a geração de caixa é essencial”, destaca.

O segundo indicador é a alavancagem financeira, que consiste em tomar recurso com um custo e obter um resultado operacional que cubra o custo de captação e ainda gere resultados adicionais a empresa. Além dela, a alavancagem operacional também é muito importante, já que vai dizer quanto a operação pode potencializar de resultado a cada unidade adicional vendida. “Um exemplo clássico ocorre quando uma companhia aérea passa a vender uma passagem, que tinha um custo mais elevado, na promoção. Isso se dá a partir do momento que seu custo operacional já está pago, a fim de potencializar o resultado. Usar essa tática é bem melhor do que decolar com o avião vazio”, explica o especialista.

A margem de contribuição, por sua vez, indica a participação de cada produto ou serviço no pagamento das despesas e custos fixos. Ela é composta pela receita líquida, que já considera a dedução dos impostos sobre a receita operacional e deduz ainda as despesas e custos variáveis. Portanto, uma empresa com ideias estratégicas deve focar sempre nos produtos e serviços que possuam a melhor margem de contribuição, esse é o exemplo clássico da curva ABC dos produtos e serviços.

Por fim, é importante entender o ponto de equilíbrio que é o momento em que a margem de contribuição consegue quitar os custos e despesas fixos. “A partir do momento em que a empresa superar o seu ponto de equilíbrio, ela consegue gerar recursos adicionais que serão utilizados para pagamento de amortizações, financiamentos, investimentos, distribuição de dividendos aos sócios, dentre outros compromissos e demandas que não são refletidos nas demonstrações financeiras tradicionais”, afirma Haroldo Márcio.

Indicadores e credibilidade

Conhecidos esses indicadores, a implementação de um processo diferente requer, inicialmente, um diagnóstico preciso e avalição financeira completa de uma empresa. “Se, por algum motivo, o negócio não está conseguindo entregar resultado em função de algum descontrole financeiro – seja ele relacionado a fornecedores, clientes ou fisco – o primeiro passo a ser dado é recuperar o mercado e a credibilidade. Nesse sentido, é fundamental entender quais as ações necessárias de curto prazo precisam ser desenvolvidas”, explica o consultor.

Com uma boa prestação de serviços e apresentação de uma gestão mais eficiente, capaz de mostrar que a empresa já consegue entregar seus resultados, a credibilidade é retomada, podendo partir para o segundo passo: a expansão do negócio.

O terceiro passo decisivo nesta virada de chave para romper com o cenário de declínio é a implantação de governança e boas práticas corporativas. Não é preciso pensar, necessariamente, em um sistema muito robusto, com diversos órgãos colegiados. O mais importante é manter a coerência nas ações da empresa e engajar os times de forma a responsabilizar cada profissional pela própria entrega.

O quarto e último passo seria conhecer o real valor do negócio, ou seja, conseguir mensurar quanto custa uma organização. “O empresário deve sempre ter esse valor em mente para caso apareça uma oportunidade, seja de um concorrente em expansão ou alguém interessado na operação”, avalia. Mais que isso: é fundamental compreender, a cada mês, quanto está valendo o negócio diante do investimento feito. “É preciso mensurar se as ações ou estratégias estão aumentando o valor do negócio. Calcular esse valuation é uma das métricas fundamentais. Em caso de venda, certamente, resultará em uma melhor remuneração para o empresário”, pontua Haroldo Márcio.

Estudos destacam gestões eficientes

De acordo com relatório recente, desenvolvido pela Fundação Dom Cabral (FDC), as médias empresas administraram de maneira saudável o desafio da gestão de custos e despesas. A análise considerou o desempenho financeiro, entre 2020 e 2021, de mais de 2.700 médias empresas, segundo o critério do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dos setores do comércio, indústria e serviços. De acordo com o estudo, a resiliência e a adaptabilidade foram fundamentais para os resultados alcançados.

O sucesso das médias empresas também pode ser justificado pela contratação, cada vez mais expressiva, de  consultorias especializadas em gestão empresarial. É o caso da Goose – Consultoria & Treinamentos, que já contribuiu para o crescimento de empresas e cooperativas de crédito em mais de 180 cidades do Brasil, a partir de uma metodologia que propõe mudanças capazes de gerar prosperidade para o negócio do cliente.

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