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Acidez Urbana – Jorn. François Ramos

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A coluna Acidez Urbana desta sexta-feira (08/12) é especial!

Nos últimos anos Uberaba deu início a um ciclo de renovação das lideranças na política. Um fenômeno raro na cidade caracterizada pelo seu perfil conservador.

Uma das grandes novidades deste período, que tem como marco as eleições municipais de 2020, pode ser considerada uma singularidade na história local: as mulheres entraram de cabeça na política e vêm demonstrando disposição na luta por um espaço neste universo que ainda é predominantemente masculino.

Hoje, a coluna Acidez Urbana traz uma oportunidade para que você possa conhecer um pouco mais sobre a maior liderança feminina da esquerda uberabense: a jovem Patrícia Melo. Nas próximas linhas ela nos apresenta sua origem, fala do empoderamento da mulher na política, suas responsabilidades e perspectivas para o futuro.

Foto: Reprodução Facebook/patriciamelobr

François Ramos (FR) – Quem é Patrícia Melo? Nos conte um pouco sobre você.
Patrícia Melo (PM): Eu sou uma mulher de família simples, nascida em 1989, em um distrito rural. A renda familiar vinha da terra, já que meu pai é agricultor familiar e minha mãe dona de casa. Meu chamado para a efetiva participação social chegou por intermédio da Igreja, ainda com 12 anos de idade, pelas eclesiásticas de base da Igreja Católica. Vi a realidade das minhas amigas e amigos mudar durantes os governos Lula e Dilma, ainda no distrito com 400 habitantes. O “Bolsa Família” e o “Minha Casa, Minha Vida” contribuíram para que pessoas no meu entorno, de origem humilde e de pais e mães analfabetos, também pudesse formar filhos e filhas. Foi o nascer de médicas e advogadas, em berços outrora desprezados. Daí vem a minha irrestrita crença no Partido dos Trabalhadores. Minha trajetória política traz, além das urnas, assessoria parlamentar na Assembleia de Minas Gerais e na Câmara dos Deputados. Durante o governo do PT em Minas, fui Secretária Executiva dos Fóruns Regionais no Triângulo Sul, atuações essas que formam hoje toda minha experiência para exercer a assessoria direta na liderança do PT na Câmara dos Deputados.


FR – Você é uma das novas lideranças políticas de Uberaba. Essa condição chega acompanhada de responsabilidade? Por quê?
PM: A maior de todas as responsabilidades. Uberaba, no campo da esquerda, está sem representação. Quando essa confiança é depositada em mim por três vezes na urna e todos os dias nas ruas de Uberaba, na mesma proporção que me sinto honrada, me sinto responsável pela transformação da realidade de todas e todos esses uberabenses.
Patrícia Melo (PM): Eu sou uma mulher de família simples, nascida em 1989, em um distrito rural. A renda familiar vinha da terra, já que meu pai é agricultor familiar e minha mãe dona de casa. Meu chamado para a efetiva participação social chegou por intermédio da Igreja, ainda com 12 anos de idade, pelas eclesiásticas de base da Igreja Católica. Vi a realidade das minhas amigas e amigos mudar durantes os governos Lula e Dilma, ainda no distrito com 400 habitantes. O “Bolsa Família” e o “Minha Casa, Minha Vida” contribuíram para que pessoas no meu entorno, de origem humilde e de pais e mães analfabetos, também pudesse formar filhos e filhas. Foi o nascer de médicas e advogadas, em berços outrora desprezados. Daí vem a minha irrestrita crença no Partido dos Trabalhadores. Minha trajetória política traz, além das urnas, assessoria parlamentar na Assembleia de Minas Gerais e na Câmara dos Deputados. Durante o governo do PT em Minas, fui Secretária Executiva dos Fóruns Regionais no Triângulo Sul, atuações essas que formam hoje toda minha experiência para exercer a assessoria direta na liderança do PT na Câmara dos Deputados.


FR – Você é uma das novas lideranças políticas de Uberaba. Essa condição chega acompanhada de responsabilidade? Por quê?
PM: A maior de todas as responsabilidades. Uberaba, no campo da esquerda, está sem representação. Quando essa confiança é depositada em mim por três vezes na urna e todos os dias nas ruas de Uberaba, na mesma proporção que me sinto honrada, me sinto responsável pela transformação da realidade de todas e todos esses uberabenses.


FR – Como candidata a prefeita em 2020 você conquistou a preferência de quase 5% (7.454 votos) dos eleitores uberabenses em sua primeira participação nas urnas. Você diria que o resultado das eleições demonstra o fortalecimento da participação política das mulheres na cidade?
PM: Sim. Não acredito na participação pela participação. A ocupação das mulheres nos espaços de poder deve vir carregado de responsabilidades e sororidade. O entendimento das diferenças de classe social, brancas e negras, LGBTs e demais, faz parte da transformação real da sociedade, é nisso que acredito e luto para ocupação feminina.


FR – Dados da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM) demonstram que embora a participação das mulheres em disputas eleitorais tenha crescido, elas ainda ocupam apenas 17,7% das cadeiras de Deputado Federal. Na sua opiniã, quais são os principais desafios para aumentar a representatividade feminina?
PM: O primeiro é fazer com que, também a mulher, entenda que o lugar dela é onde ela quiser. Trazer luz ao que é o machismo de fato, como ele é estrutural e enraizado, a importância de estarmos nas casas de poder para dar lugar e representar as nossas é urgente.


FR – O crescimento da participação feminina e de pessoas da comunidade LGBTQIAP+ na política chegou acompanhado da violência de gênero. Você diria que essa realidade pode determinar um processo de afastamento das mulheres da política?
PM: De forma alguma! Isso nada mais é, que o exemplo prático de como somos vistas por homens que acreditam ser superiores pelo fato de serem homens. Infelizmente, agem com a certeza da impunidade. A necessidade de mudar essa realidade dá ainda mais força para que surjam outras mulheres dispostas a lutar pelas nossas.

Foto: Reprodução Facebook/patriciamelobr


FR – Em Minas Gerais, as deputadas estaduais Lohanna França (PV) e Bella Gonçalves, bem como as vereadoras Cida Falabella e Iza Lourença, ambas do PSOL, foram ameaçadas com o que os agressores chamaram de “estupro corretivo”. Para citar um exemplo mais próximo, a vereadora Cláudia Guerra (PDT), de Uberlândia, também tem sofrido graves ameaças. Como proteger as mulheres dos efeitos danosos do machismo, da misoginia, e, da violência que eles estimulam na política contemporânea?
PM: Não existe saída fora da educação! Ensinar aos jovens o que é, o que pode ou não pode ser dito e feito e repreender veementemente essas práticas é, na minha opinião, a melhor saída.


FR – Você diria que a polarização presente nas duas últimas eleições presidenciais estimulou a crescente violência contra aqueles que defendem pautas progressistas como por exemplo o aborto, casamento LGBTQIAP+ e até mesmo os Direitos Humanos? Por quê?
PM: Sim. Quando você tem um racista, misógino, machista e LGBTfóbico na maior cadeira de poder do país, dá-se aquela representatividade aos que são como ele, aumentando assim a certeza da impunidade.


FR – Doutrinação “comunista”, Ideologia de gênero e kit gay nas escolas são alguns dos argumentos mais comuns entre os conservadores para afastar o eleitor das pautas progressistas. O que Patrícia Melo pensa a respeito disso?
PM: Penso que como não tem projeto que realmente impacte a vida do cidadão como um todo, eles se valem de mentiras e ateiam fogo a medos de fantasmas que não existem para conseguir uma única coisa, votos! Políticos sérios, têm projeto de construção e aperfeiçoamento para seus governados e aqueles que usam desses métodos mentirosos não têm nada a oferecer para a população que não medo!


FR – As eleições municipais de 2024 podem ter uma “guerra” entre progressistas e conservadores? Em um cenário de polarização, no qual, não raro, as fake News se tornam parte da estratégia política, como o eleitor pode se defender dos argumentos eleitoreiros e identificar os candidatos realmente comprometidos com o interesse público?
PM: Acredito sim que a polarização deve persistir, mas, se me permite, prefiro o termo mentira, pois é disso que se trata. Quem se vale de mentira para conquistar o eleitorado é porque está no espaço pelo crescimento pessoal, não coletivo! O eleitor deve sempre conhecer seu candidato, saber da história de atuação, o que já fez pelo coletivo e quando estiver chegando agora, o que aqueles que o rodeiam trazem para a população. Sempre checar a informação em mais de uma fonte, e grupo de WhatsApp e fofoca não são fontes seguras, só assim não terá como errar.


FR – Seu desempenho nas eleições municipais de 2020, os 17.957 votos que obteve ao concorrer a uma cadeira de deputada estadual em 2018 e os 21.093 que obteve em 2022, a credenciam como uma das prefeitáveis para as eleições do ano que vem. Patrícia Melo já definiu seu futuro? O que o eleitor pode esperar?
PM: O que me deixa mais grata é crescimento exponencial em Uberaba, de 3.688 votos em 2018, para 8.310 em 2022. Fruto do trabalho que temos executado na cidade e do carinho que trato todas as questões do nosso município. Nunca me furtei da luta e sempre estarei à disposição da população de Uberaba. Se o cidadão achar que me cabe na Prefeitura, estarei lá. Se acreditar que meu lugar é a Câmara, estarei lá e caso ele acredite que o trabalho que estou exercendo junto ao Governo Federal é o meu lugar, assim será feito.

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