A Secretaria do Agronegócio (Sagri) trabalha para proporcionar ao pequeno produtor condições de tratar o rebanho leiteiro com resíduos da cevada. Avaliações do mercado apontam resultados altamente positivos.
Para tanto, no mês de maio, equipe da Sagri, coordenada pelo secretário adjunto José Geraldo Borges Celani, esteve reunida com dirigentes da empresa Transcevada. Ela é quem comercializa toda a produção da Cervejaria Petrópolis, com sede em Uberaba. Algo em torno de 5 mil a 9 mil toneladas de resíduos de cevada/mês.
Segundo o consultor técnico da Transcevada, Ricardo Tonetto, os resíduos de cevada têm sido usados, em larga escala, nas principais bacias leiteiras do Brasil. “O produto, rico em proteína, é misturado a um volumoso (capim) e usado na alimentação do gado, tanto de corte, mas, principalmente de leite. O resíduo tem proporcionado aumento de, pelo menos, 10% na produtividade leiteira”, informou.
Outra vantagem do bagaço da cevada, disse Tonetto, está no preço do produto. “Em torno de R$330,00 a tonelada para mais de R$2 mil a da ração tradicional”, acentuou. Ele destacou que a empresa já fornece o resíduo para várias fazendas do Município e região. O detalhe, realçou Ricardo Tonetto, é que o mínimo transportado pela empresa numa viagem é de 12 mil quilos, ou seja, este total é a menor venda.
A participação efetiva da Secretaria do Agronegócio será de criar condições para que os agricultores familiares também tenham acesso ao produto. “A nossa ideia é montar grupos de pequenos pecuaristas para comprar em conjunto a carga com 12 mil quilos da cevada”, frisou. E esclareceu que, por questão de logística, a melhor proposta, num primeiro momento, é associar entre vizinhos.
José Geraldo informou que é intenção da Sagri é promover dois eventos para divulgar e debater o uso do bagaço da cevada como ração animal. “O primeiro deverá ser uma visita técnica com demonstração em propriedade rural e o outro, uma apresentação detalhada do produto, ressaltando sua composição e vantagens, assim como cuidados necessários, através do Ciclo Técnico de Palestras da Sagri, nos formatos presencial e on-line”, disse.
O titular da Sagri, Agnaldo Silva, entende que a iniciativa de criar meios para o pequeno acessar o produto é importante, assim como demonstrar aos interessados estudos que comprovem a eficiência do resíduo da cevada no trato de bovinos. Dentro disto, o chefe da Seção de Desenvolvimento Rural da Sagri, Matheus Alves, até já agendou para terça-feira, dia 31, às 9h30, reunião entre a equipe do Agronegócio e professores das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) para propor ao estabelecimento de ensino o aprofundamento de pesquisas sobre o bagaço da cevada, dentro da realidade local.
Da reunião participou também o engenheiro ambiental e prestador de serviço na empresa Transcevada, Ernani Lazarini.