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Estudo aponta Rio Grande como melhor alternativa de nova fonte de abastecimento para Uberaba

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O Rio Grande foi definido como a melhor opção de nova matriz de abastecimento para os próximos 30 anos. O estudo técnico foi apresentado em audiência pública, promovida pela Prefeitura de Uberaba e Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) na manhã desta quarta-feira (30), no anfiteatro do Centro Administrativo.

“É mais um passo no cumprimento do Novo Marco Legal do Saneamento Básico. Depois de assegurarmos, em convênio, a agência reguladora intermunicipal de saneamento básico de Minas Gerais para regulação e fiscalização dos serviços, nos eixos de água e esgoto, damos agora um novo passo desse Governo para o crescimento de Uberaba e a qualidade de vida da população”, disse a prefeita Elisa Araújo. Ela lembrou que o estudo foi feito por uma empresa especializada, que definiu a nova matriz dentro de parâmetros técnicos e científicos.

O presidente da Codau, José Waldir de Sousa Filho, destacou que a apresentação do estudo é um dia histórico para Uberaba. “Por meio deste estudo técnico bem completo, estamos apresentando qual é a solução para que Uberaba possa expandir, crescer, atrair investimentos e garantir qualidade de vida, no que tange ao saneamento, à cidade para os próximos anos”, completou.

O estudo técnico foi realizado pela Projetae – Água e Esgoto Ltda., empresa de engenharia especializada contratada pela Codau. Entre os fatores preponderantes para a contratação estão a recomendação do Novo Marco Legal do Saneamento, para que cada município possua mais de uma fonte de captação; o histórico de escassez hídrica do Rio Uberaba, que é a principal fonte de abastecimento; a presente situação de conflito de recursos hídricos do Rio Claro; o crescimento populacional e expansão da zona urbana.

O trabalho foi dividido em seis produtos: Relatório preliminar de planejamento executivo; Análise de dados do município e estudo demográfico; Análise de dados e diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água (SAA); Estudo de mananciais e de tratabilidade; Estudo de alternativas para o SAA, concepção e planos de investimentos.

Estudo – O estudo técnico da Projetae analisou três fontes de abastecimento – o Rio Araguari, o Rio Grande e o Aquífero Guarani – visando atender a demanda hídrica para um universo de 447 mil habitantes, em um horizonte de 30 anos. O Rio Grande foi definido como a nova matriz de abastecimento público de Uberaba. A classificação quanto à tratabilidade da água desse manancial é classe II, a mesma do Rio Uberaba. Portanto, torna-se potável com o tratamento convencional.

A distância do ponto de captação no Rio Grande até a malha urbana são 300 metros de desnível e 29 km de adução. Enquanto que no Rio Araguari o trajeto é de 67 km de adutoras para trazer a água até a cidade, além de 12 pontos de travessia. Outros fatores considerados foram a menor disponibilidade hídrica do Rio Araguari e a vida útil de 20 anos em vazão nominal de poços profundos com a captação no Aquífero Guarani.

Por último, o Rio Grande apresentou investimentos totais previstos de R$ 398 milhões, que incluem custos de implantação e de operação, valor menor que os do Rio Araguari (R$ 585 milhões) e do Aquífero Guarani (R$ 487 milhões). Detalhadamente o custo de implantação do Rio Grande é de R$ 277,4 milhões e o custo de operação é de R$ 121 milhões. “São esses R$ 277 milhões que a Codau e Prefeitura irão buscar em forma de financiamento”, explicou José Waldir.

O estudo técnico ainda apontou que a demanda hídrica da cidade para os próximos 30 anos é de 1.757,54 litros/segundo, com uma população estimada de 447 mil habitantes. Hoje, a capacidade da Estação de Tratamento de Água é de 1.200 l/s, sendo que os dados indicam que a ETA já opera no limite. Com base na demanda necessária para atender ao Município, uma única estação não suprirá essa projeção, que é 36% maior que a capacidade atual. “Por isso, também está prevista a construção de uma nova ETA na região da Av. Filomena Cartafina para atender a demanda de captação do Rio Grande”, explicou José Waldir.

O cenário indica que o sistema de distribuição de água está sobrecarregado, os Centros de Reservação estão mal distribuídos pela cidade, a intermitência é uma realidade em virtude do tempo que leva para reabastecer os onze CRs, além do fato de que a produção de água é insuficiente para a demanda. “Com este diagnóstico em mãos, o estudo definiu que a nova matriz de abastecimento responde aos desafios futuros de universalização do saneamento, conforme determina a legislação do Marco Legal do Saneamento. Estamos realizando um planejamento que há décadas deveria ter sido traçado. Vamos avançar na melhoria do nosso modelo de gestão da água, possibilitando a contribuição necessária para a segurança hídrica de Uberaba”, finalizou o presidente da Codau.

A partir dos estudos, a Codau iniciará a elaboração do Termo de Referência dos projetos básico e executivo, com licitação prevista para o primeiro trimestre de 2023. O presidente da Companhia salientou que a autarquia está implantando melhorias de médio prazo para que o sistema de abastecimento de água tenha sustentação até a conclusão das obras do Rio Grande. “A nossa expectativa é que a nova captação e nova ETA estejam concluídas em um período entre 5 e 7 anos”, citou José Waldir.

A audiência pública contou com as presenças dos diretores da empresa Projetae Água e Esgoto, o engenheiro civil e doutor em Hidráulica e Saneamento, Paulo Eduardo Nogueira Voltan, dos vereadores Rochelle Gutierrez, Cabo Diego Fabiano, Lu Fachinelli e Tulio Micheli, e ainda de secretários municipais e representantes de entidades de classe.

A audiência pública teve transmissão on-line e está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=qaeMOEfmhkY . Os relatórios dos estudos podem ser acessados em www.codau.com.br, em downloads, na aba Informativo.

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