Na última sexta-feira (16), a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) efetuou a transferência do veado-catingueiro (Manzana Gouazoubira) do Parque Jacarandá para a Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte. De acordo com a chefe da Seção de Gestão do Zoológico e Parques, Jannayna Tavares Araújo, o animal continua sendo acompanhado pela equipe do Zoo-Uberaba. A adaptação está tranquila, conforme informação da Seção de Mamíferos do zoológico da capital mineira e, após passar por quarentena, ficará em recinto devidamente preparado e na companhia de uma fêmea de sua espécie.
O veado chegou a Uberaba no ano de 2006, recolhido pela Polícia Militar Ambiental. No Parque estava abrigado em uma área de 3 mil m² desde então, sendo transferido para um recinto menor, devidamente preparado, antes da transferência, “Desde que o Zoo de BH manifestou interesse em receber o animal, em setembro, foram iniciados os cuidadosos preparativos para essa operação”, disse Jannayna.
Segundo o biólogo da Semam, Paulo César Franco, para realizar a transferência foi construída caixa de transporte que ofereceu toda segurança ao animal e aos técnicos envolvidos. Na sexta-feira, o veado foi capturado e sedado. Durante o percurso, chegou a despertar, mas manteve-se tranquilo, sendo realizadas paradas regulares para o monitoramento do animal.
Ao contrário das onças pardas e da irara que foram para João Pessoa de avião, em março passado, o veado foi levado por via terrestre para a capital mineira. “Isso porque o avião demoraria basicamente o mesmo tempo que a caminhonete adaptada para realizar o transporte, tendo em vista que por via aérea teriam que fazer conexão em São Paulo”, acrescentou Paulo. O comboio saiu de Uberaba na sexta-feira, às 21h, e chegou a Belo Horizonte por volta de 5h30 de sábado.
A operação envolveu a equipe técnica da Semam, composta além de Jannayna, pelo secretário adjunto Vinícius Arcanjo, pela chefe da Seção de Educação Ambiental, Victória Caroline das Virtudes, e ainda pelos responsáveis técnicos do Zoo-Uberaba, a médica veterinária Vanessa Rodrigues Pereira e o biólogo Paulo César Franco. Contou também com apoio da veterinária especialista em animais silvestres do Hospital Veterinário da Uniube, Ananda Neves Teodoro. Participaram do processo de transferência, equipes da Secretaria de Defesa Social e da Polícia Militar, que escoltou o comboio de Juatuba-MG até o zoológico de Belo Horizonte.
Restam agora no Parque Jacarandá somente três fêmeas de macaco, sendo uma bugio (Kika) e duas pregos (Sophia e Chiquinha), que estão em processo de autorização junto ao Instituto Federal de Florestas para transferência para um Mantenedor da Fauna Silvestre local. Trata-se de um empreendimento autorizado pelo IEF, de pessoa física ou jurídica, com finalidade de criar e manter espécimes silvestres em cativeiro, sendo proibida sua reprodução. Somente após concluída a retirada de todos os animais do Jacarandá, o Parque passará por revitalização.
