Hoje, quarta-feira (30), completam 10 dias com os reservatórios abertos e com o rio Uberaba abastecendo a cidade sozinho, sem o apoio do sistema de transposição do rio Claro. Os 10 dias consecutivos para os dois indicadores determinam o fim do Plano de Contingenciamento da Seca.
A recuperação de vazão do rio Uberaba proporcionada pelas chuvas já ultrapassa hoje (30) os 5.000 litros/segundo, dando a segurança necessária para o Sistema de Abastecimento de Água. O acumulado de chuva do mês de outubro foi de 250,20 mm (Inmet) e propiciou o atual restabelecimento do manancial. Já a vazão média do rio, no mês de outubro, foi de 1.200 litros/segundo e, por enquanto, os motores do rio Claro não serão desmontados.
O plano foi adotado desde o dia 21 de agosto para fazer frente e mitigar impactos da escassez hídrica, causados pelos seis meses sem chuva no município. Foi um período de compartilhamento de responsabilidades com a população, no que tange à adoção de medidas necessárias para a redução de consumo. Em vários momentos críticos, essa participação foi decisiva. Também foi desenvolvido um Plano de Comunicação para avisar a cidade sobre as condições do abastecimento dia a dia. Uma das ações foi a produção de boletins curtos, enviados em grupos de mensagens de vários segmentos, impactando diretamente um público em torno de 64 mil pessoas.
“Lidamos o tempo todo com a informação oficial e transparente, esclarecendo as tomadas de decisões, que foram essenciais para o dia a dia das pessoas. O empenho de toda a equipe técnica da Codau foi determinante. Planejamos uma estratégia eficaz, com medidas de gerenciamento e minimização dos efeitos da estiagem em diversos cenários hidrológicos. Os horários de abertura e fechamento dos reservatórios estavam detalhadamente definidos para entregar água ao menos uma vez por dia. Tivemos ao todo 71 dias do plano em vigor, sendo 14 dias com os reservatórios fechados por sete horas e meia. Outros 33 dias com todos fechados por 12 horas e, por fim, mantivemos todos abertos por 24 dias, alternadamente. O plano deu respostas com eficiência para a cidade”, frisou Rui Ramos, presidente da Codau.
O plano está desmobilizado, mas há dois fatores importantes para que a vazão do rio Uberaba se estabilize em uma escala segura e satisfatória para garantir o abastecimento público sem intercorrências. Primeiro, a recarga dos lençóis freáticos do rio Uberaba e dos seus afluentes e, segundo, um período chuvoso longo.
A professora de hidrologia e climatologia da UFTM, Patrícia Diniz, explica como este cenário será atingido. “Há um perfil de chuva que beneficia a recarga dos aquíferos. A partir do segundo ou terceiro mês de chuvas significativas, algo acima de 70 mm mensal, sendo bem distribuídas e leves durante todo o período, teremos a recarga ideal do lençol freático do rio Uberaba. Se forem chuvas fortes e concentradas, vai acontecer como no passado, não haverá mudança significativa nas águas subterrâneas e consequentemente na vazão do rio Uberaba.”
