Na última sexta-feira (17), representantes de empresas do Distrito Industrial 2 voltaram a se reunir com o secretário do Agronegócio, José Geraldo Borges Celani, para demonstrar números que comprovam a viabilidade para reativação de ramal ferroviário naquele setor de armazéns graneleiros do Município.
A reunião aconteceu na sede do Armazéns Atlas, local onde a demanda foi apresentada pela primeira vez. Além do secretário, participaram o diretor da Atlas, Luiz Carlos Frange; o presidente da Certrim, Luiz Henrique Borges Fernandes; o diretor da Estação Aduaneira do Interior (Eadi), André Barsan, e o engenheiro responsável pela construção do ramal à época, Onírio Reis Barbosa.
Na oportunidade, o grupo demonstrou ao titular da Sagri números que justificam a reativação do ramal no DI-2. De acordo com o empresário Luiz Frange, somando as capacidades armazenadoras do Atlas, Certrim, Spasso, Conab e Casemg são mais 320 mil toneladas de grãos. “Este total implica em cerca de 10 mil carretas sendo retiradas da malha rodoviária, com os grãos sendo transportados por vagões. Sem falar no significativo movimento de exportação e importação da nossa Eadi”, argumentou ele, que fez questão de acrescentar ainda neste pacote a grande produção de açúcar na região e também pode usar o modal ferroviário.
Segundo o engenheiro Onírio Barbosa, hoje aposentado como funcionário da Fepasa, o trecho em questão, que vai da linha da VLi até a estação aduaneira, totaliza 5.412 metros, mais as ramificações dentro das empresas. “Entendo que a base foi bem sedimentada. Porém é preciso rever todo o trajeto. A informação que tenho é que boa parte da linha foi arrancada e no mais, onde sobrou, é preciso trocar dormentes que se danificaram com o tempo e, sobretudo, refazer os trilhos para TR 45 (quilos), que atendem exigências atuais, em substituição aos antigos TR 32 ou TR 37 (quilos)”, disse. Ele fez questão de mencionar que a faixa de domínio da linha pertence à União.
Para Luiz Henrique Borges, presidente da Certrim, é fundamental que em torno da proposta se una os vários segmentos do setor produtivo da cidade, além da adesão dos municípios da região que integram o polo de Uberaba. Para ele, a prefeita Elisa Araújo tem grande poder em suas mãos para aglutinar as forças regionais em busca de melhorias na nossa malha ferroviária. “São campos que se abrirão para novos negócios, para exportações, que o Município não pode perder”, acentuou enfatizando a necessidade de uma cobrança unificada diante da pujança do agro na região.
André Barsan, da Eadi, complementou que a reativação do ramal no DI 2 poderá traduzir, inclusive, na vinda de mais empresas para Uberaba em virtude dos investimentos ferroviários.
Diante das apresentações, Celani acertou com as empresas a montagem de um detalhado projeto de revitalização dos 5.412 quilômetros do ramal. “A coordenação do documento ficará a cargo do engenheiro Nilo Dayrell Oliveira, do Atlas, com a participação das demais empresas, inclusive, da Prefeitura, alimentando a proposta com dados seguros e robustos”, ressaltou ele. Celani pediu agilidade na elaboração da proposta, sugerindo que o projeto seja entregue pela prefeita Elisa ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, em visita a Uberaba possivelmente em meados de janeiro próximo.