Municípios da Grande BH intensificam a imunização contra covid de crianças sem comorbidades na faixa etária de 6 meses a 2 anos e 11 meses
Vários municípios na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) já deram início à vacinação contra a covid-19 de crianças de 6 meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias, sem comorbidades. Para evitar a perda de imunizantes, estão sendo utilizadas apenas as doses que sobraram da vacinação de crianças, na mesma faixa etária, que possuem comorbidades.
Desde o dia 16/12, uma Deliberação (CIB-SUS/MG 4.071) autorizou a ampliação do público-alvo. A disponibilidade de novas doses depende do envio pelo Ministério da Saúde. Os municípios estão tendo que se programar para aplicar somente os imunizantes remanescentes do público nessa faixa com comorbidades.
No município de Nova Lima, na Grande BH, que tem cerca de 2.300 crianças nessa faixa etária, somente na quinta-feira (22/12) foram aplicadas 75 doses nos três postos do município. Vilane Abreu, enfermeira da Gerência de Imunização, conta que em um mês de vacinação de crianças com comorbidades houve baixa adesão, com apenas 13 pequenos vacinados.
“Todos os municípios já estão autorizados a fazer a vacinação de crianças nessa faixa etária sem comorbidades. As doses são limitadas. A movimentação foi intensa na quinta-feira”, conta Vilane Abreu, lembrando que serão aplicadas três doses da vacina contra a covid-19 da Pfizer específica para a vacinação deste grupo.
“Sempre somos a favor de vacinar. Só a vacina protege. Temos que desmitificar essa questão de as pessoas acharem que a covid em criança não é grave, que não é problema, porque existem sequelas que a gente nem sabe que podem acontecer. A vacina é tranquila e segura”, lembra Vilane Abreu, destacando que a imunização contra a covid pode ser feita junto com a aplicação de outras vacinas do calendário.
A funcionária pública federal Graziela Lage Laureano Alves, mãe de Arthur Lage, de 2,6 anos, procurou a Policlínica Sebastão Fabiano Dias, em Nova Lima, no primeiro dia de vacinação, na quinta-feira (22/12). “Acho muito importante a vacinação, porque a gente pode evitar os riscos da covid para as crianças. São dois papéis importantes: proteger os nossos filhos contra a doença e a população como um todo. Meu conselho que é os pais vacinem as crianças sem medo, porque o importante é a saúde dos nossos filhos”, enfatizou.
Com medo de que a filha Pietra Gabriele, de 1 ano, contraísse covid, Caroline Pereira Ferreira, também de Nova Lima, correu ao posto de saúde. “Meu tio já tinha pegado covid e eu fiquei com medo da minha filha contrair a doença também, ainda mais que ela tem um pouco de problema para respirar, usa bombinha. Se ela pegar, pode ser pior. Estava ansiosa para chegar a hora de vacinar”, conta.
Segundo Caroline Pereira, as mães não devem ficar com medo de levar as crianças aos postos de saúde. “É melhor tomar a vacina do que a criança acabar pegando a covid, pode ser muito pior. Com a vacina, a criança vai estar protegida”, salienta.
Sabará – Em Sabará, também na RMBH, até quinta-feira já haviam sido vacinadas 110 crianças sem comorbidade nessa faixa etária. “Vale destacar que a imunização é indispensável para reduzir a transmissão, em particular, por enfrentarmos uma doença com ciclos inesperados e o surgimento de novas variantes. Por isso, reforçamos aos pais que levem os seus filhos e atualizem a caderneta de vacinação”, destaca a secretária municipal de Saúde do município, Mariana Nunes.
A coordenadora estadual do Programa de Imunizações da Secretaria de Estado da Saúde, Josianne Dias Gusmão, esclarece que mesmo com a ampliação da vacinação, deve ser assegurada a guarda de doses necessárias para completar o esquema vacinal de todas as crianças que iniciarem a vacinação (D2 + D3).
“Fica autorizada a ampliação da vacinação, neste momento, somente mediante a utilização de doses remanescentes da vacina covid-19 Pfizer-BioNTech não utilizadas em crianças de 6 meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias com comorbidades”, esclarece. Ela destaca ainda que a vacina é segura e eficaz contra a covid-19, pois tem demonstrado que evita as formas mais graves da doença, hospitalização e morte. Josianne Dias salienta que a SES MG aguarda a disponibilidade de novas doses da vacina para esse grupo por parte do Ministério da Saúde.